quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Centenário da República Portuguesa

No ano de 2010 comemora-se o primeiro centenário da implantação da República, que assume como objectivos a evocação histórica dos acontecimentos de 1910, prestando homenagem à memória daqueles que se entregaram à causa da República.


Série: Emissões Especiais
Data de Lançamento prevista: Setembro de 2010
Valor Facial: 2 €
Metal: bimetálica (Latão/Cuproníquel)
Acabamento: normal
Diâmetro: 25,75 mm
Peso: 8,5 g
Bordo: Serrilhado com inscrição em baixo relevo
Inscrição no bordo: Cinco brasões e sete castelos a igual distância
Eixo: vertical
Tiragem: 2.000.000
Escultor: José Cândido e Luc Luycx
Legislação: Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/2010, de 5 de Abril

A/: No campo central, é utilizada uma composição dos elementos mais significantes e simbólicos da República: a efígie e as armas da mesma e a legenda «REPÚBLICA PORTUGUESA 1910 -2010» dispostos em arco sobre o escudo e, envolvendo todo o desenho, encontram-se dispostas em forma circular as 12 estrelas que representam a
União Europeia.

R/: O número 2 que representa o valor da moeda aparece no lado esquerdo da face comum. Sobre o lado direito da mesma face, surgem seis linhas verticais direitas, sobre as quais estão sobrepostas doze estrelas, cada uma imediatamente antes de cada extremidade destas linhas. O continente europeu está representado no lado direito. A parte direita desta representação sobrepõe-se à secção média das linhas. A palavra «EURO» está sobreposta horizontalmente na parte central direita da face comum. As iniciais «LL» do autor da gravura estão inscritas sob a letra «O», perto do bordo do lado direito da moeda.

Centenário da República
Depois de um período de crescimento do ideal republicano e da revolução fracassada de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, deu-se a revolução vitoriosa de 4 de Outubro de 1910 que permitiu a proclamação da República no dia 5, em Lisboa, a que se seguiu idêntica cerimónia no Porto e outras localidades.

Constitui-se um governo provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga, que publicou, de imediato, diversa legislação expulsando as ordens religiosas do país, encerrando os conventos, abolindo o ensino da doutrina cristã nas escolas, estabelecendo o divórcio, o registo civil obrigatório, etc.

A bandeira e o hino nacionais foram substituídos, instituindo-se como novos símbolos a bandeira verde - rubra e "A Portuguesa". Em 1911, foi promulgada a nova Constituição e o Dr. Manuel de Arriaga eleito primeiro Presidente da República.

O novo regime, conhecido posteriormente como Primeira República, assistiu à divisão do movimento republicano em várias tendências, depois transformadas em partidos, registando-se algumas incursões de monárquicos, a partir de Espanha, que deram origem a acesos combates entre monárquicos e republicanos, com a vitória dos últimos.

De Março de 1916 a 11/11/1918, Portugal participou na Primeira Guerra Mundial, apesar da oposição de parte dos políticos e sindicatos, onde encontraram a morte muitos soldados do exército português.

No ano de 1917, verificaram-se as célebres aparições de Fátima e o major Sidónio Pais, apoiado por militares e populares, tomou o poder e passou a presidir a uma Junta Revolucionária, instalando uma ditadura militar, sendo eleito presidente da república em 1918, mas foi assassinado no final desse ano, em Lisboa.

No início do ano de 1919, verificou-se a célebre "Monarquia do Norte", sendo proclamada a monarquia em Lisboa e no Porto, mas os republicanos conseguiram novamente controlar a situação.

Entre 1919 e 1926 sucedem-se as greves, os atentados políticos e os actos bombistas, verificando-se uma instabilidade governativa com sucessivos governos, constituídos por elementos civis e militares.

Em 28 de Maio de 1926, o General Gomes da Costa iniciou, a partir de Braga, o movimento militar que ficou conhecido por esse nome, que terminou com a Primeira República e instaurou uma Ditadura militar, que se prolongou até 1933.

Depois de duas breves nomeações, em Junho de 1926, para o cargo de Ministro das Finanças, o Dr. António de Oliveira Salazar foi novamente escolhido para esse importante ministério, em 1928, mantendo-se nesse lugar nos governos seguintes da Ditadura militar.

Em 1932, tomou posse como Presidente do Conselho de Ministros, cargo que manteve até ao seu acidente, ocorrido em 1968. Em 1933, foi promulgada e entrou em vigor a nova Constituição política, terminando a Ditadura militar e reforçando-se o Estado Novo, de carácter corporativo e totalitário, proibindo-se a actividade política organizada aos opositores.

Durante cerca de quatro décadas, a situação manteve-se, com poucas alterações, iniciando-se, em 1961, a guerra colonial em Angola, seguindo-se a Guiné, em 1963, e Moçambique, 1964.

Depois o grave acidente, ocorrido no dia 3 de Agosto anterior, o Dr. Oliveira Salazar foi substituído, em 27 de Setembro de 1968, pelo Dr. Marcelo Caetano como Presidente do Conselho de Ministros, mantendo-se este político nesse cargo até ao dia 25 de Abril de 1974, com alguma abertura, conhecida com "primavera marcelista", mas mantendo-se o regime repressivo e a guerra colonial, que só terão o seu fim depois do 25 de Abril de 1974.

Dessa data em diante, a restauração da liberdade política foi uma realidade, multiplicando-se as forças partidárias Portugal reconhecendo os novos governos a autodeterminação das colónias, com excepção de Timor, que foi ocupado em 1975 pela Indonésia, e de Macau, que em 20 de Dezembro de 1999 passou a fazer parte da República Popular da China. Depois de ter formulado, previamente, o seu pedido de adesão, Portugal passou a fazer parte, em 1986, da Comunidade Europeia, procurando com a sua entrada nesse espaço um novo sentido para a sua existência multissecular.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
PMNUMIS Numismatica online - pmmsilva.no.sapo.pt

Subscribe | More

3 comentários:

  1. Posso comprar mais que uma moeda?
    E como faço para pagar ou seja trocar por exemplo 4 moedas de 2€ do centenário da república por 4 moedas vulgares de 2 €uros

    ResponderEliminar
  2. Posso adquirir mais que uma moeda do centenário da républica? como?
    E como faço para trocar moedas de 2€ vulgares pelas do centenário?

    ResponderEliminar
  3. As moedas de 2 euros do Centenário da República são moedas comemorativas de circulação corrente, ou seja, são como as moedas de 2 euros normais e vão aparecer no dia-a-dia nos trocos. O Banco de Portugal e a INCM vendem, a 2 euros cada uma, todas as moedas que pretender.

    ResponderEliminar