domingo, 25 de abril de 2010

As moedas de Portugal

Em quase nove séculos de história, Portugal teve quatro unidades monetárias: o Dinheiro, o Real, o Escudo e, actualmente, o Euro. A primeira unidade monetária portuguesa foi o Dinheiro, que correspondia a 12 soldos, e circulou desde D. Afonso Henriques até D. Fernando I. O Real foi a segunda unidade monetária de Portugal circulando desde cerca de 1430 até 1911. Substituiu o Dinheiro à taxa de 1 Real = 840 dinheiros e foi substituído pelo Escudo, como resultado da revolução republicana de 1910, a uma taxa de 1 Escudo = 1000 reais. O Escudo, por sua vez, deu lugar ao Euro, em 2002, a uma taxa de 1 Euro = 200,482 escudos.

Dinheiro

Dinheiro de D. Afonso Henriques

A primeira unidade monetária portuguesa foi o Dinheiro, que correspondia a 12 soldos, e circulou desde o primeiro rei, D. Afonso Henriques (1128-1185), até D. Fernando I (1367-1383), último rei da primeira dinastia.

Real

Real de D. Fernando I

O Real (no plural: reais, mais tarde popularizado como réis) foi a unidade de moeda de Portugal desde cerca de 1430 até 1911. Substituiu o dinheiro à taxa de 1 Real = 840 dinheiros.Esta moeda foi utilizada em todas as colónias portuguesas nos séculos XVI a XIX.

O primeiro Real foi introduzido por D. Fernando I cerca de 1380. Era uma moeda de prata e tinha um valor de 120 dinheiros. No reinado de D. João I (1385-1433), foram emitidos o real branco, de 3 ½ libras, e o real preto, de 7 soldos (um décimo de um real branco). No início do reinado de D. Duarte, em 1433, o real branco (equivalente a 840 dinheiros) tornara-se a unidade base em Portugal. Desde o reinado de D. Manuel I (1495-1521), o nome foi simplificado para "real", coincidindo com o início da cunhagem de moedas de real em cobre.

Começou a ser usada a forma "réis" em vez de "reais" no reinado de D. João IV de Portugal (1640-1656), após o período da monarquia espanhola em Portugal, de 1580 a 1640. Em 1837 foi adoptado o sistema decimal para as denominações de moedas. Em 1854, Portugal passou a um padrão-ouro de 1000 réis = 1,62585 gramas de ouro fino. Este padrão manteve-se até 1891. As grandes somas eram geralmente expressas em "mil-réis" (às vezes "réis") ou 1.000 réis, um termo frequentemente utilizado na literatura portuguesa no século XIX. Em números, mil-réis escrevia-se 1$000, ou seja 60.000 réis, surgia como 60$000 ou 60 mil-réis).

Moedas e notas denominadas em reais foram emitidas também em diferentes partes do Império Português. Veja-se: real Angolano, real insulano dos Açores e da Madeira, real de Cabo Verde, real de Moçambique, real da Guiné Portuguesa e real de São Tomé e Príncipe. O Brasil adaptou o real como a denominação da sua moeda actual.

Escudo

1$ de prata de 1915

O Escudo português, cujo símbolo é o cifrão ($) foi a última moeda de Portugal antes do Euro. O escudo deu origem a outras variações de Escudo nas dependências africanas. A designação provém da própria figuração nelas representada: um escudo. Eram de ouro baixo, 18 quilates e valiam 50 marcos.

No reinado de D. Duarte apareceu o meio-escudo de ouro, do qual nem o desenho se conhece. No reinado de D. João V cunharam-se também as dobras, múltiplos do escudo. Também nos reinados de D. José I, D. Maria I e D. João VI se cunharam escudos.

O decreto de 22-5-1911 reformou profundamente, sob o ponto de vista técnico, o sistema monetário que vigorava em Portugal, alterando a denominação de todas as moedas, o material, o peso, e as dimensões das moedas de bronze e substituiu, pelo escudo de ouro, o real. Dividido em 100 partes iguais, denominadas centavos, o escudo correspondia, quer no valor, quer no peso de ouro fino, à moeda de 1 000 réis. Como múltiplos, criaram-se moedas de ouro, que nunca se cunharam, de 2, 5 e 10 escudos e, como submúltiplos, moedas do valor legal de 10, 20 e 50 centavos e moedas subsidiárias de bronze-níquel de valor legal de 4, 2, 1 e ½ centavos, as quais, com excepção desta última, vieram todas a ser cunhadas.

Depois de 1914, por virtude da crise provocada pela Primeira Guerra Mundial, o escudo-papel (nota) experimentou uma descida vertiginosa de valor, atingindo a sua menor correspondência em ouro, em Julho de 1924. Desde o segundo semestre de 1926 até Abril de 1928, o escudo sofre nova desvalorização, em consequência de dois aumentos de circulação, do agravamento da dívida flutuante interna e externa e do quase esgotamento das reservas de ouro que o Tesouro Nacional possuía em Londres.

Pelo decreto nº 19.869, de 9-6-1931, lançaram-se as bases dum novo sistema monetário, para manter a estabilização do valor desta moeda, continuando a ser o escudo de ouro a unidade monetária, mas com um peso inferior, servindo apenas como moeda-padrão.

Euro

O Escudo português foi substituído pelo Euro no início de 2002. A taxa de conversão entre escudos e euros foi estabelecida em 31 de Dezembro de 1998, tendo o valor de 1 euro sido fixado em 200,482 escudos. Um Euro divide-se em 100 cêntimos, existindo notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 euros e moedas de 1, 2, 5, 10, 20 e 50 cêntimos e de 1 e 2 euros.

O Euro (EUR ou €) é a moeda comum para as nações que pertencem à União Europeia e que aderiram à zona Euro. As moedas de euro têm dois lados diferentes: um lado comum, europeu, mostrando o valor da moeda, e um lado nacional, mostrando um desenho escolhido pelo país membro da UE onde a moeda foi cunhada. Cada país membro tem um ou vários desenhos únicos a esse país.

As moedas de euro portuguesas apresentam três desenhos diferentes da autoria de Vítor Manuel dos Santos para cada uma das três séries de moedas. Estes desenhos são bastante semelhantes entre si, visto representarem antigos selos reais de D. Afonso Henriques, inscritos num círculo formado por sete castelos, cinco escudetes e as letras da palavra «Portugal». Por sua vez este círculo está inserido noutro formado pelas 12 estrelas da UE e o ano de cunhagem. A marca de cunhagem INCM está colocada sobre o escudete situado entre o algarismo das unidades do ano e o «L» de «Portugal».

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