segunda-feira, 5 de julho de 2010

1.º Centenário do Nascimento do Marechal Carmona

Série: Cabralinas
Ano: 1969 (emitida em 1971)
Valor Facial: 50 escudos
Metal: prata 650 º/oo
Acabamento: normal
Diâmetro: 34 mm
Peso: 18 g +/- 5 º/oo
Bordo: liso com a legenda "POR PORTUGAL D'AQUÉM E D'ALÉM MAR"
Eixo: horizontal
Tiragem: 500.000
Escultor: M. Norte de Almeida
Legislação: Decreto-Lei n.º 311/71, de 17 de Julho

A/:efígie do marechal António Óscar de Fragoso Carmona, 3/4 à direita, com a legenda "I Cent. do Nascimento do Marechal Carmona", e as datas "1869-1969"a 3/4 à direita, e as datas "1869-1969".

R/: "República Portuguesa" e valor facial entre florões. Ao centro, escudo das armas nacionais.

Sucediam-se as celebrações de efemérides centenárias nesse final dos anos sessenta. Em Janeiro de 1970, a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do nascimento do marechal António Óscar de Fragoso Carmona apresenta ao Governo uma memória descritiva sobre a emissão de uma moeda e de uma medalha comemorativas, tendo como objectivo não só a própria comemoração, mas também o Estado auferia por essas emissões lucros que compensassem as despesas das celebrações.

Aprovada pelo Governo em Agosto de 1970, a cunhagem desta terceira moeda de 50$00 só viria, contudo, a ser autorizada pelo Decreto-Lei n.º 311/71, de 17 de Julho, sendo emitida ainda nesse ano.

Na borda a inscrição originalmente planeada - Por Portugal Uno Indivisível - acabaria por ser substituída por outra, de grandes tradições históricas: POR PORTUGAL D'AQUÉM E D'ALÉM MAR.

António Óscar Fragoso Carmona

Marechal, militar oriundo da arma de Cavalaria, António Óscar Fragoso Carmona, proveniente de família de tradições militares, nasceu a 24 de Novembro de 1869, em Lisboa, e faleceu a 18 de Abril de 1951, na mesma cidade.

Nos primeiros tempos do regime republicano, participou nos trabalhos de reestruturação das instituições militares, após o que continuou uma carreira relativamente apagada até que, em 1925, uma intentona falhada contra o regime terminou em julgamento em tribunal militar.

Assumiu aí as funções de acusador, o que lhe deu a oportunidade de apresentar um juízo pessimista sobre a situação política: asseverando que "a pátria está doente", colocou-se inesperadamente ao lado dos conspiradores acusados contra o sistema, atitude que revelou as suas tendências políticas mais íntimas e lhe conferiu pública notoriedade.

No ano seguinte, seria uma das figuras de proa da conspiração política e militar que desembocou no golpe de 28 de Maio. Começou aqui a sua verdadeira carreira política, que o conduziu à oposição a Gomes da Costa num dos primeiros momentos de clivagem nas fileiras dos novos detentores do poder.

Ascendeu, após a queda daquele general, à Presidência da República, na qual foi confirmado pelo processo eleitoral de 1928, em que se apresentou como candidato único. A sua eleição significou, simultaneamente, um passo em frente na consolidação e institucionalização do novo regime.

Foi no decorrer do período da Ditadura Militar que o seu poder político se acentuou, na medida em que congregou à sua volta as diversas correntes de opinião no seio das forças militares apoiantes do regime e arbitrou os conflitos patentes ou latentes entre os militares e os dirigentes civis, particularmente no decorrer da ascensão de António de Oliveira Salazar (durante algum tempo, Portugal viveu mesmo sob um "presidencialismo bicéfalo", personificado por Carmona e Salazar).

A evolução dos acontecimentos, particularmente a redução do peso político das Forças Armadas e consequentemente da sua capacidade de intervenção junto dos órgãos de decisão, acarretou o declínio da autoridade do próprio Marechal Carmona, que, apesar de continuar a ocupar a Presidência até ao seu falecimento, viu diminuir drasticamente a sua autoridade e influência perante o aumento do poder efectivo do Presidente do Conselho de Ministros, com o qual inclusivamente teve desencontros de opinião em momentos decisivos da evolução do Estado Novo.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010 - www.infopedia.pt
TRIGUEIROS, António Miguel, "Moedas Comemorativas de Portugal" in Revista Petrovisão n.º 31 - Outubro 1985

Subscribe | More

2 comentários:

  1. gostaria de saber o valor dessa moeda, obrigada.

    ResponderEliminar
  2. Segundo o catálogo Moedas de Portugal, de Reinaldo Silva (2011) o valor desta moeda é de MBC: 4€, BELA: 7€ e SOB: 10€

    ResponderEliminar