segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Antero de Quental

Ano: 1991
Valor Facial: 100 escudos
Metal: cuproníquel 75/25
Acabamento: normal
Diâmetro: 33 mm
Peso: 15 g +/- 1,5%
Bordo: serrilhado
Eixo: horizontal
Tiragem: 1.000.000
Escultor: Irene Vilar
Legislação: Decreto-Lei nº 367/91, de 4 de Outubro

A/: apresenta, no centro do campo, uma mão estendida com um resplendor por trás; na parte inferior esquerda, a era “1991” e o escudo das armas nacionais, inclinado à direita; na parte inferior direita, o valor facial “100 Esc.”, em duas linhas, e, na orla, a legenda “República Portuguesa . Açores”.

R/: apresenta, no centro do campo, o busto do poeta a três quartos à direita, tendo do lado esquerdo a sua assinatura, por baixo desta as datas “(1842-1891)”, em duas linhas, e, na orla inferior, a legenda “Antero de Quental”.

Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 — 11 de Setembro de 1891) foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70. Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.

Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por António Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. António Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais. Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre Janeiro e Fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.

Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social. Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas. Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas. Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz."

Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos" Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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