segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Centenário do Nascimento de Amadeu de Souza-Cardoso

Tendo decorrido em 1987 o centenário no nascimento do pintor Amadeo de Souza-Cardoso, considerado como o precursor da arte moderna portuguesa, considera-se da maior oportunidade assinalar a efeméride com a emissão de uma moeda comemorativa
Ano: 1987
Valor Facial: 100 escudos
Metal: cuproníquel 75/25
Acabamento: normal
Diâmetro: 34 mm
Peso: 16,5 g +/- 1,5%
Bordo: serrilhado
Eixo: horizontal
Tiragem: 800.000
Escultor: Irene Vilar
Legislação: Decreto-Lei nº 144/89, de 4 de Maio

A/: apresenta, no lado esquerdo do campo, o escudo das armas nacionais de formato estilizado, tendo por baixo o valor facial de “100 escudos”, no lado direito uma composição alegórica à pintura do artista e na orla superior a legenda “República Portuguesa”.

R/: apresenta, no campo, a efígie do pintor de frente e uma composição alegórica à pintura do artista, na parte inferior do campo as datas “1887 . 1918”, do lado direito a era “1987” e na orla superior a legenda “Pintor Amadeo de Souza-Cardoso”.

Amadeo de Souza-Cardoso (Manhufe, freguesia de Mancelos, Amarante, 14 de Novembro de 1887 — Espinho, 25 de Outubro de 1918) foi um pintor português, precursor da arte moderna, prosseguindo o caminho traçado pelos artistas de vanguarda da sua época. Embora tendo tido uma vida curta, a sua obra tornou-se imortal.

A sua família era rica e influenciou-o a ingressar no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Depressa desistiu do curso e mudou-se para o curso de Arquitectura na Academia de Belas Artes de Lisboa em 1905. O curso não satisfaz o seu génio criativo, por isso parte para Paris em 1906, instalando-se em Montparnasse com a intenção de continuar a estudar. As suas primeiras experiências artísticas conhecidas foram desenhos e caricaturas.

Depois, dedicou-se à pintura. Poder-se-á dizer que foi um pintor impressionista, expressionista, cubista, futurista, mas sempre recusou qualquer rótulo. Apesar das múltiplas influências, procurava a originalidade e a criatividade na sua obra. Em 1908, instala-se no número catorze da Cité de Falguière.

Frequentou ateliers preparatórios para a Academia das Beaux-Arts e a Academia Viti do pintor catalão Anglada Camarasa mas, apesar disso, não chegou a ser admitido. Em 1910, esteve alguns meses em Bruxelas e, em 1911, expôs trabalhos no Salon des Indépendants, em Paris, aproximando-se progressivamente das vanguardas e de artistas como Amedeo Modigliani, Constantin Brancusi, Alexander Archipenko, Juan Gris e Robert Delaunay. Em 1912, publicou um álbum com vinte desenhos e, em seguida, copiou o conto de Gustave Flaubert "La Légende de Saint Julien l'Hospitalier", trabalhos ignorados pelos apreciadores de arte.

Depois de participar com oito trabalhos numa exposição realizada em 1913 no Armory Show (Estados Unidos da América), voltou a Portugal, onde teve a ousadia de fazer duas exposições, respectivamente no Porto e em Lisboa.

Nesse ano, participou ainda no Herbstsalon da Galeria Der Sturm, em Berlim. Em 1914, encontra-se em Barcelona com Antoni Gaudí e parte para Madrid, onde é surpreendido pelo início da I Guerra Mundial. Regressa então a Portugal, onde inicia uma meteórica carreira na experimentação de novas formas de expressão, tendo pintado com grande constância, ao ponto de, em 1916, expor no Porto, sob o título "Abstraccionismo", 114 obras, que serão também expostas em Lisboa, num e noutro caso com novidade e algum escândalo.

O cubismo em expansão por toda a Europa foi uma influência marcante no seu cubismo analítico. Amadeo de Souza-Cardoso explora o expressionismo e, nos seus últimos trabalhos, experimenta novas formas e técnicas, como as colagens e outras formas de expressão plástica.

Em 25 de Outubro de 1918, aos 31 anos de idade, morre prematuramente em Espinho, vítima da "pneumónica" que grassava em Portugal.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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