quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Gil Eanes

Ano: 1987
Valor Facial: 100 escudos
Metal: cuproníquel 75/25
Acabamento: normal
Diâmetro: 34 mm
Peso: 16,5 g +/- 1,5%
Bordo: serrilhado
Eixo: horizontal
Tiragem: 1.000.000
Escultor: Raul Machado
Legislação: Decreto-Lei nº 282/87, de 24 de Julho

A/: apresenta, no centro do campo, o escudo das armas nacionais dentro de cercadura lisa, orlado pela legenda “República Portuguesa”, na parte superior, e pelo valor facial “100 escudos”, na parte inferior. Junto ao rebordo, uma cercadura perolada.

R/: apresenta, no campo, a figuração de uma barca portuguesa dobrando um cabo, orlada pela legenda “Gil Eanes . 1434 . Cabo Bojador”. Na orla inferior a era da moeda, “1987”, entre duas cruzes de Cristo. Junto ao rebordo, uma cercadura perolada.

Gil Eanes foi um navegador português, escudeiro do Infante D. Henrique, e cuja biografia permanece ainda pouco conhecida e muito discutida. Foi o primeiro a navegar para além do Cabo Bojador, em 1434, dissipando o terror supersticioso que este promontório inspirava e iniciando assim a época dos "grandes descobrimentos". O Infante D. Henrique conseguiu incentivar Gil Eanes a tentar a proeza da passagem. Ao dobrar o cabo, reforçou o papel de Portugal como
nação marítima. De acordo com Gomes Eanes de Zurara, o Infante o armou cavaleiro e arranjou-lhe um rico casamento.

Sabe-se que em 1446 partiu para a exploração da costa da actual Mauritânia e combate aos Muçulmanos que tentavam impedir os progressos da navegação portuguesa através da pirataria, de onde trouxeram o maior número de escravos de sempre.

Regressou a meio da viagem devido ao mau tempo, não havendo mais dados biográficos concretos a partir dessa data, embora alguns historiadores afirmem que continuou a sua vida em Lagos. Este navegador permitiu um grande avanço na época dos descobrimentos. Entre 1424 e 1433, D Henrique enviou 15 expedições com a pesada missão de sobrepujar o cabo maldito. Todas Fracassaram.

O Cabo Bojador era conhecido como cabo do medo. A 5 quilómetros da costa do cabo, em alto mar a profundidade é de apenas 2 metros, provavelmente devido ao assoreamento provocado por milhares de anos de tempestades de areia sopradas pelo deserto do Saara. Ondas altíssimas e recifes de arestas pontiagudas, fervilham àquela região tornando a navegação muito arriscada.

Em Maio de 1434, Gil Eanes aparelhou uma barca de 30 toneladas, com um só mastro, e uma única vela redonda e também movida a remos e parcialmente coberta. Com ela ao chegar nas proximidades do cabo do medo, decidiu manobrar para oeste afastando-se da costa africana. Após um dia inteiro de navegação longe da costa, deparou com uma baía plácida de ventos amenos, e então dobrou para sudeste e logo percebeu que havia deixado o cabo Bojador para trás.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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