quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Torre de Belém

Série: Património Mundial
Data de Lançamento: Outubro de 2009
Valor Facial: 2,50 €
Metal: Cuproníquel 75/25
Diâmetro: 28 mm
Peso: 10 g
Bordo: Zonas alternadamente planas e serrilhadas
Eixo: vertical
Tiregem: 150.000
Escultor: José João de Brito
Legislação: Resolução do Conselho de Ministros n.º 191/2008, de 27 de Novembro

A/: Na coroa circular envolvente, a legenda «República Portuguesa 2009» e no campo central surgem o escudo nacional, o valor facial e um nó de uma corda que atravessa na horizontal todo o campo.

R/: Figura junto à orla da moeda a inscrição «Torre de Belém» e no campo central é apresentado um relevo alusivo à Torre de Belém evidenciando as respectivas guaritas, a designação e o símbolo da UNESCO e o o logótipo do «Património Mundial».

Torre de Belém

D. João II traçou um plano inovador e eficaz para proteger Lisboa e a sua barra. Esta defesa tripartida era constituída por um baluarte em Cascais, a fortaleza de S. João da Caparica e a Torre de Belém. Coube a D. Manuel II, em 1514, a tarefa de a mandar construir nomeando o arquitecto Francisco de Arruda Mestre do Baluarte de Belém. A estrutura ficou concluída em 1520 e a decoração ostenta a simbologia própria do Manuelino. Actualmente a Torre de Belém é um referente cultural, um símbolo da especificidade do país que passa pelo diálogo privilegiado com outras culturas e civilizações. Em 1983, foi inscrita, pela UNESCO, na lista de Património Cultural de Toda a Humanidade.

A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme.

O monumento se destaca pelo nacionalismo implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte; tais características remetem principalmente à arquitetura típica de uma época em que o país era uma potência global (a do início da Idade Moderna).

Originalmente sob a invocação de São Vicente de Saragoça, padroeiro da cidade de Lisboa, designada no século XVI pelo nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do Restelo, esta fortificação integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo projetado à época de João II (1481-95), integrado na margem direita do rio pelo Baluarte de Cascais e, na esquerda, pelo Baluarte da Caparica.

O cronista Garcia de Resende foi o autor do seu risco inicial, tendo registrado:

"E assim mandou fazer então a (...) torre e baluarte de Caparica, defronte de Belém, em que estava muita e grande artilharia; e tinha ordenado de fazer uma forte fortaleza onde ora está a formosa torre de Belém, que el-Rei D. Manuel, que santa glória haja, mandou fazer; para que a fortaleza de uma parte e a torre da outra tolhessem a entrada do rio. A qual fortaleza eu por seu mandado debuxei, e com ele ordenei a sua vontade; e tinha já dada a capitania dela [a] Álvaro da Cunha, seu estribeiro-mor, e pessoa de que muito confiava; e porque el-Rei João faleceu, não houve tempo para se fazer" (RESENDE, Garcia de. Crónica de D. João II, 1545.),

A estrutura só viria a ser iniciada em 1514, sob o reinado de Manuel I (1495-1521), tendo como arquitecto Francisco de Arruda. Localizava-se sobre um afloramento rochoso nas águas do rio, fronteiro à antiga praia de Belém, e destinava-se a substituir a antiga nau artilhada, ancorada naquele trecho, de onde partiam as frotas para as Índias. As suas obras ficaram a cargo de Diogo Boitaca, que, à época, também dirigia as já adiantadas obras do vizinho Mosteiro dos Jerónimos.

Concluída em 1520, foi seu primeiro alcaide Gaspar de Paiva, nomeado para a função no ano seguinte.

Com a evolução dos meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua função defensiva original. Ao longo dos séculos foi utilizada como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol. Os seus paióis foram utilizados como masmorras para presos políticos durante o reinado de Filipe II (1580-1598), e, mais tarde, por João IV (1640-1656). O Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Sebastião de Matos de Noronha (1586-1641), por coligação à Espanha e fazendo frente a D. João IV, foi preso e mandado recluso para a Torre de Belém.

Sofreu várias reformas ao longo dos séculos, principalmente a do século XVIII que privilegiou as ameias, o varandim do baluarte, o nicho da Virgem, voltado para o rio, e o claustrim.

Classificada como Monumento Nacional por Decreto de 10 de Janeiro de 1907, é considerada como Património Mundial pela UNESCO desde 1983 e foi eleita como uma das Sete Maravilhas de Portugal.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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