quinta-feira, 13 de maio de 2010

150 Anos do Primeiro Selo Postal em Portugal

A reforma dos correios realizada há 150 anos teve como uma das suas medidas mais emblemáticas a introdução em Portugal do selo postal. O uso da «estampilha» ou «sello de franquia» constituía uma medida indispensável, de acordo com a comissão encarregada de estudar a reorganização dos serviços, porque «promove a rapidez do serviço, separando o acto da expedição e o da entrega das cartas do acto do pagamento dos portes». O arranque desta reforma, com a entrada em circulação de selos postais em Portugal — e o primeiro, há 150 anos, foi o famoso selo de D.Maria II —, é um feliz motivo de comemoração, pelas suas consequências muito positivas para modernização do País, justificativo da cunhagem de uma moeda alusiva a este acontecimento.


Série: Emissões Especiais
Ano: 2003
Valor Facial: 5 €
Metal: prata 500º/oo
Acabamento: normal
Diâmetro: 30 mm
Peso: 14 g
Bordo: serrilhado
Eixo: vertical
Tiragem: 300.000
Escultor: Vitor Santos
Legislação: Decreto-Lei nº 274/2003, de 30 de Outubro

A/: No centro do campo, um rectângulo delimitado pelo tradicional picote de selo onde se encontra inscrita a legenda «5 Euro», tendo como sugestão do habitual carimbo obliterador o Escudo Nacional com a esfera armilar e a legenda «República Portuguesa».

R/: No centro do campo, a imagem do primeiro selo português, com a efígie de D.Maria II, com os lados sem serrilha, como se fazia nessa época, a legenda «150 Anos do Primeiro Selo Português» e a era da moeda.

O primeiro selo português

No início do século XIX, o sistema postal sofria de enormes carências, tornando-se obsoleto e dispendioso. As taxas de envio das cartas simples eram elevadas e eram pagas em função da distância que tinham que ser transportadas, sendo essas mesmas cobradas aos destinatários, em vez de serem liquidadas antecipadamente, (como se processa hoje em dia), não havendo garantia de que os destinatários concordassem em pagar a soma requerida e aceitar a referida carta; em muitos casos não podiam pagar a referida taxa, o que originava devoluções enormes de correspondência, acarretando engarrafamentos no trânsito postal.

Este procedimento era ineficaz, sendo alvo de imensas críticas. Na Grã-Bretanha, estabeleceu-se uma franquia de 1 penny, paga antecipadamente por meio de selo colado numa carta dobrada ou num envelope.

No ano de 1837, um senhor inglês de nome Rowland Hill (1795-1879), que durante vários anos se tinha debruçado sobre o problema do sistema postal, apresentou ideias simples que vieram a ser implementadas reduzindo significativamente os seus custos:

Sugeriu que as cartas fossem franqueadas não em função da distância, mas segundo o peso, e que uma carta simples de menos de uma onça, fosse transportada a qualquer ponto do país com uma taxa fixa mais concretamente 1 penny.

Também sugeriu que essas taxas fossem pagas antecipadamente, ou pela compra de papel de carta previamente preparada, ou por aposição de um selo adesivo no envelope. Foi deste modo que surgiu o selo postal.

Esta revolução postal foi bem aceite na sociedade de então, não só pela sua justeza em relação aos menos protegidos, como também, e em especial, incentivar o hábito da escrita, o que veio proporcionar uma rápida adesão por parte de outras Nações Europeias e Americanas.

É precisamente no fim do reinado de D. Maria II, que foi introduzido o primeiro selo postal em Portugal, no ano de 1853, assim como outras inovações, como o sistema métrico decimal, no ano de 1852, que em muito contribuiu para o desenvolvimento do comércio e indústria.

Com a introdução do 1º. Selo Postal, a 1 de Julho de 1853, mal seria que o mesmo não contemplasse a figura da monarca, tendo para isso sido criados selos de 5, 25, 50 e 100 réis, da autoria de Francisco de Borja Freire, correspondendo a cada importância a cor respectivamente castanho avermelhado, azul, verde e lilás no seu valor crescente.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
TUDELLA, Luis Manuel in Jornal das Caldas, Edição on-line

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2 comentários:

  1. Tenho uma moeda destas. Que preço que é atribuido?

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  2. O valor das moedas varia consoante o seu estado de conservação e a lei da oferta e da procura. Para saber o valor aproximado das suas moedas é aconselhável adquirir um catálogo.

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