quinta-feira, 1 de abril de 2010

Paisagem Cultural de Sintra


Série: Património Mundial
Ano: 2006
Valor Facial: 5 €
Metal: prata 500 ‰
Acabamento: normal
Diâmetro: 30 mm
Peso: 14 g
Bordo: serrilhado
Eixo: vertical
Tiragem: 100.000
Escultor: Eloisa Byrne
Legislação: Decreto-Lei nº 57/2006, de 17 de Março

A/: Apresenta ao alto a inscrição «República Portuguesa», envolvendo a era «2006» e o escudo nacional com a esfera armilar. A representação esquemática da linha da muralha do castelo na crista da serra divide a superfície em duas partes, inscrevendo-se na zona inferior o valor facial de «5 Euro».

R/: As inscrições «Paisagem Cultural de Sintra», ao alto, e, ao baixo, «Património Mundial UNESCO», junto ao respectivo logótipo, acompanham todo o bordo, enquanto, ao centro, figura uma paisagem composta pelos telhados e chaminés do palácio da vila, a serra e o castelo, e uma araucária evocando a flora exótica dos parques e das quintas.

Vista de longe (ou a partir de uma fotografia aérea) ela dá a impressão de uma paisagem muito mais natural que se distingue bem dos arredores: uma pequena cadeia montanhosa granítica coberta de florestas, elevando-se da região rural (também ela entrecortada por montes e vales) entre Lisboa e o litoral. Vista de mais perto e percorrendo-a, a Serra revela marcas culturais de uma riqueza surpreendente, cobrindo vários séculos da história de Portugal.

Esta história irradiava da velha vila de Sintra, escolhida como lugar de um palácio real medieval, beneficiando de uma situação climática muito específica no país (e mesmo relativamente à região mediterrânica): Verões frescos e Invernos doces e soalheiros.

A Corte e os nobres do país estabeleciam-se em Sintra e nas vertentes Norte da Serra, ao longo das quais foram erguendo sumptuosas villas e quintas rodeadas de jardins e parques de estilo artístico e de uma flora luxuriante. Por outro lado, a solidão da Serra e suas florestas atraíam monges e eremitas que a enriqueciam de conventos e de ermitérios introduzindo-lhe o aspecto religioso-cultural.

O apogeu deste desenvolvimento extraordinário da paisagem de Sintra foi atingido com o reinado de D. Fernando II da dinastia Saxe-Cobourg-Gotha (1836-1885). Muito ligado a Sintra e à sua paisagem pelas quais nutria um grande afecto, este rei-artista implantaria aqui o romantismo de uma forma esplêndida e única para as regiões mediterrânicas.

O rei adquiriu o Convento da Pena situado sobre uma montanha escarpada e transformou-o num palácio fabuloso e mágico, dando-lhe a dimensão máxima que apenas um romântico de uma grande visão artística e de uma grande sensibilidade estética podia sonhar.

Este antecipa, por assim dizer, o célebre Castelo de Neuchwanstein erigido por Luís II da Baviera. Além disso, D. Fernando II rodeou o palácio de um vasto parque romântico plantado com árvores raras e exóticas, decorado com fontes, de cursos de água e de cadeias de lagos, de chalets, capelas, falsas ruínas, e percorrido de caminhos mágicos sem paralelo em nenhum outro lugar.

O rei tomou também o cuidado de restaurar as florestas da Serra onde milhares de árvores foram plantadas, principalmente carvalhos e pinheiros mansos indígenas, ciprestes mexicanos, acácias da Austrália, e tantas outras espécies que contribuem perfeitamente para o carácter romântico da Serra.

Assim evoluiu na Serra de Sintra uma paisagem cultural de um valor eminente e singular. Do ponto de vista mais natural, associa componentes das floras mediterrânicas e setentrionais a centenas de árvores e flores exóticas num quadro de jardins, parques e florestas verdadeiramente único.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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