sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Floresta Laurissilva da Madeira

Série: Património Mundial
Data de lançamento: Dezembro de 2007
Valor Facial: 5 €
Metal: Prata (500/1000)
Acabamento: normal
Diâmetro: 30 mm
Peso: 14 g
Bordo: Serrilhado
Eixo: vertical
Tiragem: 100.000
Escultor: Ricardo Velosa
Legislação: Decreto-Lei n.º 22/2007, de 1 de Fevereiro

A/: Apresenta a inscrição «República Portuguesa», envolvendo a era «2007» e o escudo nacional com a esfera armilar, inscrevendo-se na zona inferior o valor facial de «5 Euro».

R/: A legenda «Floresta Laurissilva da Madeira» assenta num círculo concêntrico completado com o vocábulo «Unesco». Ao centro figura a representação da floresta através de ramagens e de uma cabeça estilizada de um pássaro. No campo lateral direito encontra-se o logótipo da UNESCO.

A Madeira guarda nos seus vales e montes interiores mais inacessíveis um tesouro de valor incalculável.

Ao longo de cerca de 15 mil hectares, continua nela a residir, protegida pela orografia da ilha, uma floresta de exuberante beleza, cuja origem remonta aos períodos Miocénio e Pilocénio da Época Terciária, ou seja, a um tempo que os geólogos situam há cerca de 20 milhões de anos.

É a Floresta Laurissilva da Madeira, com mais de 150 espécies botânicas, muitas delas únicas, extintas na Europa continental pelas alterações climáticas aí advindas, e onde predominam as árvores da família das lauráceas.

Em reconhecimento do seu valor inestimável e da importância vital de o conservar, a UNESCO declarou, em 1999, a Floresta Laurissilva da Madeira Património Mundial.

Laurissilva é o nome dado a um tipo de floresta húmida subtropical a temperada, composta maioritariamente por árvores da família das lauráceas e endémico da Macaronésia, região formada pelos arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde. Possui maior expressão nas terras altas da ilha da Madeira, onde se encontra a sua maior e mais bem conservada mancha, tendo sido considerada em 1999 pela UNESCO como Património da Humanidade, ocupando aí uma área de cerca de 15.000 hectares. Na laurissilva as plantas mais comuns são as lauráceas como o loureiro (Laurus novocanariensis), o vinhático (Persea indica), o til (Ocotea foetens), e o barbusano (Apollonias barbujana). É um dos habitats, no mundo, com maior índice de diversidade de plantas por km². A palavra laurissilva deriva do latim Laurus (loureiro, lauráceas) e Silva (floresta, bosque).

A laurissilva remonta aos períodos Miocénico e Pliocénico da Época Terciária, há 20 milhões de anos. Nessa altura a floresta ocupava toda a área da agora bacia do Mediterrâneo, Sul da Europa e Norte de África.

Em resultado do desaparecimento do antigo mar de Tétis e consequente formação do mar Mediterrâneo, ocorreram alterações significativas do clima por toda a Europa e Norte de África. As glaciações que ocorreram no começo do Quaternário, levaram à regressão da floresta e à sua quase extinção na Europa continental (onde ainda sobrevivem algumas espécies relíquias desta vegetação como o azereiro (Prunus lusitanica) e o loureiro (Laurus nobilis) vivendo em comunidades naturais de carvalhos e até mesmo algumas pequeníssimas manchas florestais em locais de refúgio). No Norte de África ocorreria o mesmo, mas em resultado do avanço da aridez, subsistindo, actualmente, apenas uma pequena mancha na costa da Mauritânia.

Em consequência desta regressão, essencialmente devido às alterações climáticas determinadas pela formação do Mediterrâneo, esta floresta acabou por ter como último refúgio as regiões insulares, onde, devido à menor flutuação climática proporcionada pelo efeito amenizador do Oceano Atlântico, conseguiu sobreviver e até mesmo prosperar. É um tipo de floresta subtropical.

Actualmente a laurissilva sobrevive nos arquipélagos que integram a Macaronésia, nomeadamente nos arquipélagos portugueses dos Açores e da Madeira, no arquipélago espanhol das Canárias, no arquipélago estado de Cabo Verde e em pequenos e raros enclaves na costa da Mauritânia.

Nos Açores a presença da floresta é residual, encontrando-se em manchas isoladas em todas as ilhas, sendo as maiores e mais significativas no Pico (Planalto Central e reserva florestal do Caveiro) e na Terceira (Serra de Santa Bárbara), enquanto que no arquipélago da Madeira encontra-se apenas na ilha maior do arquipélago (ilha da Madeira), onde se encontra a espécie endémica Teucrium abutiloides. Ocupa nesta ilha uma área de aproximadamente 15.000 hectares, o que corresponde a 20% da ilha, sendo o maior e mais bem conservado núcleo desta floresta. Concentra-se principalmente na costa norte, em altitudes compreendidas entre os 300 e os 1400 metros. Na costa sul, ocorre em áreas de altitude compreendida entre os 700 e os 1600 metros.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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