quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Afonso de Albuquerque e Malaca

Em continuação do programa monetário e numismático alusivo aos Descobrimentos Portugueses, iniciado em 1987 no âmbito do plano de acções da Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses, a 6.ª série destas moedas comemorativas á alusiva às navegações e explorações marítimas nos mares de Java e de Banda, que conduziram à chegada dos primeiros portugueses às ilhas Molucas (1512), às ilhas de Solor e Timor (1515) e às costas da Austrália (1522-1525).

Após a conquista de Malaca em 1511 por Afonso de Albuquerque, as navegações portuguesas dividiram-se em duas grandes rotas marítimas, a primeira em busca das famosas ilhas das especiarias e a segunda visando o encontro com o Celeste Império. Em 1512, António de Abreu e Francisco Serrão chegaram às Molucas, as ilhas produtoras das especiarias raras, e três anos depois os Portugueses visitam pela primeira vez as ilhas de Solor e de Timor, donde provinha o melhor sândalo que aparecia nos mercados da Índia.

A Presença dos Portugueses nos mares da Insulíndia incrementou a busca da lendária ilha do Ouro e da mítica Terra Australis da cartografia ptolemaica. Entre as expedições que estão hoje suficientemente bem documentadas, as de Cristóvão de Mendonça, em 1522, e de Gomes Sequeira, em 1525, deixaram evidentes registos cartográficos das suas visitas às costas do Noroeste Australiano, 80 anos antes das primeiras expedições de outros povos europeus. Considera-se, assim, oportuno assinalar esses eventos dos Portugueses com a emissão de uma série de moedas comemorativas alusivas à conquista de Malaca, às expedições marítimas às ilhas Molucas, às ilhas de Solor e de Timor e ao continente australiano.
Série: VI Série dos Descobrimentos Portugueses - Na Rota das Especiarias
Ano: 1995
Valor facial: 200 escudos
Metal: cuproníquel 75/25
Acabamento: normal
Diâmetro: 36 mm
Peso: 21 g +/- 1,5%
Bordo: serrilhado
Eixo: horizontal
Tiragem: 750.000
Escultor: Raul Machado
Legislação: Decreto-Lei n.º 111/95, de 23 de Maio

A/: apresenta, no lado direito do campo, uma representação da nau-capitania de Afonso de Albuquerque, cujo nome, Flor de la Mar, aparece inscrito ao nível da linha da água, no lado esquerdo, o escudo das armas nacionais, tendo por baixo a data “1995”, na orla superior, a legenda “República Portuguesa” e, na orla inferior, o valor facial “200 Esc.”.

R/: apresenta, no lado direito do campo, a figura de Afonso de Albuquerque, de pé e corpo inteiro, inspirada na iconografia do século XVI, no lado esquerdo, uma representação da Porta de Santiago da muralha da Fortaleza de Malaca, na orla inferior, a legenda “Afonso de Albuquerque” e, na orla superior, com separadores de flores-de-lis, a legenda “Melaka . 1511 . Malaca”.

Malaca (em malaio, Melaka) é o terceiro menor estado da Malásia, após Perlis e Penang. Encontra-se na porção meridional da Península Malaia, à beira do estreito de Malaca. Limita com Negeri Sembilan ao norte e com Johor a leste. Sua capital é a cidade de Malaca. Embora Malaca já tenha sido um dos mais antigos sultanatos malaios, o estado actualmente não é governado por um sultão e sim por um governador. Em 2008 foi declarada Património Mundial pela UNESCO. Da presença portuguesa na cidade sobrevivem a Igreja de São Paulo e a Porta de Santiago da Fortaleza de Malaca, conhecida como "A Famosa".

Em Abril de 1511, Afonso de Albuquerque zarpou de Goa para Malaca com uma força de cerca de 1 200 homens e 17 ou 18 navios. Malaca tornou-se uma base estratégica para a expansão portuguesa nas Índias Orientais, subordinada ao Estado Português da Índia. Mahmud Xá, último sultão de Malaca, refugiou-se no interior, de onde empreendia ataques intermitentes por terra e mar. Entrementes, para defender a cidade, os portugueses ergueram um forte (cuja porta, chamada "A Famosa", ainda existe). Em 1521 o Capitão Duarte Coelho Pereira construiu a igreja de Nossa Senhora do Monte. Em 1526, uma grande força de navios portugueses comandada por Pedro Mascarenhas foi enviada para destruir Bintan, onde estava Mahmud. O sultão fugiu com sua família para Sumatra, do outro lado do
estreito, onde veio a falecer dois anos depois.

Logo ficou claro que o controle português de Malaca não significava o controle do comércio asiático que por ali passava. Seu domínio sobre o local sofria com dificuldades administrativas e económicas. Em vez de concretizar sua ambição de controlar o comércio asiático, o que os portugueses haviam logrado fora desorganizar a rede mercantil da região. Desaparecera o porto centralizador do comércio e, com ele, o Estado que policiava o estreito de Malaca. O comércio espalhou-se por diversos portos em meio a embates militares no estreito.

O missionário jesuíta Francisco Xavier passou vários meses em Malaca em 1545, 1546 e 1549. Em 1641, forças da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais bateram os portugueses e capturaram Malaca com o apoio do sultão de Johore. Os neerlandeses governaram Malaca de 1641 a 1795, mas não se interessaram em desenvolvê-la como centro comercial, preferindo enfatizar o papel de Batávia (actual Jacarta). Malaca foi cedida aos britânicos pelo tratado Anglo-Neerlandês de 1824, em troca de Bencoolen, em Sumatra. Entre 1826 e 1946, Malaca foi governada pela Companhia Britânica das Índias Orientais e, em seguida, como uma colónia da Coroa. Integrava os chamados Straits Settlements, juntamente com Singapura e Penang. Com a dissolução desta colónia, Malaca e Penang tornaram-se parte da União Malaia (actual Malásia).

Bibliografia
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Wikipédia, a enciclopédia livre - pt.wikipedia.org

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