terça-feira, 8 de junho de 2010

Fragata D. Fernando II e Glória

Em 1996 será lançada à água, após completo restauro, a fragata D. Fernando II e Glória. Este navio de guerra de inegável interesse histórico foi a última fragata à vela da Marinha Portuguesa e a última embarcação a fazer a chamada “carreira da Índia”, que desde o século XVI e durante mais de três séculos fez a ligação entre Portugal e aquela antiga colónia. Julga-se assim da maior oportunidade assinalar esse evento pela emissão de uma moeda comemorativa cunhada em metal precioso e com elevado valor facial, adequado à projecção nacional e internacional que se deseja imprimir ao acontecimento.

Série:
Ano: 1996
Valor Facial: 1.000 escudos
Metal: prata 500 º/oo
Acabamento: normal
Diâmetro: 40 mm
Peso: 28 g +/- 1%
Bordo: serrilhado
Eixo: horizontal
Tiragem: 600.000
Escultor: Raul Machado
Legislação: Decreto-lei nº 270/95, de 23 de Outubro

A/: Apresenta, na metade inferior do campo, a carcaça do navio, tendo por detrás, sob o seu lado direito, um compasso, simbolizando a construção naval, na orla inferior a legenda “1000 ESCUDOS”, no quadrante superior esquerdo o escudo das armas nacionais de recorte brigantino, no quadrante superior direito a carranca da proa do navio com o busto de perfil de D. Fernando II, na orla superior a legenda “República Portuguesa” e, junto ao rebordo, uma cercadura de pérolas.

R/: Apresenta, na metade inferior do campo, a fragata devidamente aparelhada, vista de bombordo, na orla inferior a legenda “Damão 1843.1996-Aveiro”, na metade superior do campo os bustos confrontados a três quartos de D. Fernando II e de D. Maria II, circundados por cabos náuticos, entrelaçados no topo das figuras, na orla superior a legenda “Fragata D. Fernando II e Glória” e, junto ao rebordo, uma cercadura de pérolas.

Fragata D. Fernando II e Glória

A Dom Fernando II e Glória foi uma fragata à vela da Marinha Portuguesa, que navegou entre 1845 e 1878. Actualmente é um navio museu, na dependência do Museu da Marinha e classificada como Unidade Auxiliar da Marinha.

A fragata D. Fernando foi o último navio de guerra inteiramente à vela da Marinha Portuguesa. Foi construída em Damão, na Índia Portuguesa, sob a supervisão do engenheiro construtor naval Gil José da Conceição, por uma equipa de operários indianos e portugueses, liderados pelo mouro Yadó Semogi. Na sua construção foi usada madeira de teca de Nagar-Aveli. Depois do lançamento ao mar, em 22 de Outubro de 1843, o navio foi rebocado para Goa onde foi aparelhado.

O navio foi baptizado em homenagem ao Casal Real Português, o rei-consorte D. Fernando II e a Rainha D. Maria II, cujo nome próprio era Maria da Glória. O "Glória" do seu nome também se referia à sua santa protectora, Nossa Senhora da Glória, de especial devoção entre os Goeses.

O navio estava armado com 50 bocas de fogo, com 28 na bateria e 22 no convés. A sua viagem inaugural, de Goa a Lisboa, decorreu entre 2 de Fevereiro e 4 de Julho de 1845.

A fragata D. Fernando navegou durante 33 anos, percorrendo cerca de 100 000 milhas, correspondentes a, quase, cinco voltas ao mundo. Foi empregue no transporte de tropas, colonos e degredados para Angola, Índia e Moçambique. Participou em operações navais de guerra no Ultramar Português. Apoiou a expedição de Silva Porto de ligação terrestre entre Benguela em Angola e a costa de Moçambique.

Em Setembro de 1865 a fragata D. Fernando substituiu a nau Vasco da Gama como Escola de Artilharia Naval, fazendo viagens de instrução até 1878. Nesse ano, fez a sua última missão no mar, realizando uma viagem de instrução de guarda-marinhas aos Açores. Nessa viagem, ainda conseguiu salvar a tripulação da barca americana Laurence Boston que se tinha incendiado. A partir daí passou a estar sempre fundeada no Tejo.

Em 1938 deixou se servir de Escola Prática de Artilharia Naval, passando a ser utilizada como navio-chefe das Forças Navais no Tejo.

Em 1940 cessou o seu uso pela Marinha Portuguesa, sendo a fragata transformada em Obra Social da Fragata D. Fernando, uma instituição social que se destinava a albergar e a dar instrução e treino de marinharia a rapazes oriundos de famílias pobres.

Em 1963, um violento incêndio destruiu uma grande parte do navio, ficando abandonado no Tejo. Entre 1992 e 1997 a fragata foi recuperada pela Marinha Portuguesa, recorrendo ao Arsenal do Alfeite e aos estaleiros Rio-Marine de Aveiro.

O navio esteve exposto na Expo 98. Desde então é um navio museu da Marinha Portuguesa, estando actualmente desde 1 de Março de 2008, em doca seca, em Cacilhas - Almada, estando a receber trabalhos de manutenção.

Bibliografia
INCM - Imprensa Nacional - Casa da Moeda - www incm.pt
Diário da República Electrónico - www.dre.pt
Wikipédia - pt.wikipedia.org

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